Santa Terezinha - Santa Terezinha

Santa Terezinha - Santa Terezinha

A antiga localidade denominada popularmente como “Sanga do Coqueiro Baixo”, foi rebatizada por vontade popular como o nome de “Santa Terezinha”.  Segundo a tradição oral, as famílias, em sua maioria de origem alemã, que integravam a comunidade e que mantinham uma estreita vinculação com o núcleo central da colônia de Forquilhinha, a ponto de ser considerada uma espécie de “filial” da mesma, decidiram em 1935 construir sua própria capela. Até essa data os cultos e encontros de orações, como o famoso Andacht, que realizavam as famílias alemãs, realizavam-se em casas particulares, especialmente no lar do senhor Francisco João Loch. Na época, estando sob sua jurisdição paroquial, tiveram que pedir autorização ao titular da igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, de Araranguá.  Foi escolhida Santa Terezinha do Menino Jesus como padroeira.

O religioso frei Alberto Beckhäuser, relatou que: “Do início até 1935 não havia Missa nem padre nem Escola. Pe. Antônio Luiz Dias, de Araranguá, autorizou a abertura de uma capela, pois do Picadão Colaço ou dos Colaços, futura estrada para Maracajá, hoje com o nome Estrada Ernesto Beckhäuser, para baixo, pertencia a Araranguá. Assim em 1935 ficou pronta a capela que servia ao mesmo tempo de escola. ...No libro de Batizados de paróquia de Nossa Senhora Mãe dos Homens, de Araranguá, constam alguns dados interessantes sobre a capela de Sanga do Coqueiro baixo: dia 17 de maio de 1935 houve visita à capela de Sanga do Coqueiro, com 79 comunhões, 1 batizado e 1 casamento. Em 12 de janeiro de 1940 o Pároco Frei Júlio M. Matiolli, OSM (Servita), recebia faculdades para vários atos de culto, entre elas: Santa Terezinha (p.110) Dia 29 de fevereiro de 1940, visita à capela de Santa Terezinha na Sanga do Coqueiro Baixo. Comunhões: 110; práticas: 1. Destas comunhões, 17 foram Primeiras Comunhões.” (1)

A construção da primitiva capela foi um dos fatores determinantes na consolidação da comunidade. Possibilitou a congregação das famílias na hora de rezar o terço, celebrar as missas, realizar os batismos das crianças que iam nascendo na colônia, a crisma e a primeira comunhão, e o casamento dos jovens casais.

A ingente labor historiográfica de Frei Alberto Beckhäuser, resgata os inícios da capela: “No livro de Batizados da Paróquia de Nossa Senhora, Mãe dos Homens, de Araranguá, constam alguns dados interessantes sobre a capela da Sanga do Coqueiro Baixo: Dia 17 de maio de 1935 houve visita à Capela de Sanga do Coqueiro, com 79 comunhões, 1 batizado e 1 casamento.” (2)

A primeira missa na capela, foi oficiada por Mons. Bernardo Peters, quem tinha estima especial pela comunidade de Sanga do Coqueiro, pois era irmão de Apolônia, Elizabete e Francisca Peters, três de suas irmãs, que foram das primeiras moradoras da localidade.

Os primeiros fabriqueiros da capela foram Francisco Loch, Augusto Loch e Ernesto Beckhäuser. Eles foram encarregados também de adquirir o primeiro cálice, proveniente de Caxias do Sul, com um custo de 250 mil Réis, e a pedra d´ara, com um custo de 30 mil Réis. Os parâmetros foram doados pelo Mons. Bernardo Peters, de Azambuja. (3)

A partir da criação da Paróquia de Forquilhinha, a capela de Santa Terezinha do Menino Jesus, passou sob sua jurisdição. Relata Frei Alberto Beckhäuser, ao respeito: “Consta ainda que no dia 21 de dezembro de 1940 foi decretada a criação da Paróquia de Forquilhinha, passando Santa Terezinha para esta paróquia...Até o início de 1941 a capela foi cuidada pelos padres de Araranguá. Havia missa cada dois ou três meses. A partir de 1937 às vezes também vinha padre de Forquilhinha. Quando Forquilhinha se tornou Paróquia, em 1941 Santa Terezinha, da Sanga do coqueiro Baixo, tornou-se capela da paróquia do Sagrado Coração de Jesus, atendida pelos franciscanos” (4)

Aproximadamente, desde 1945 as principais lideranças discutiram a necessidade de separar o espaço físico da escola e a capela. Decidiram pela construção de uma igreja nova, em alvenaria, e nesse mesmo ano começaram a comprar e reunir os materiais necessários para tal finalidade. Em 1947, se iniciaram os trabalhos, com o esforço e a colaboração de todas as famílias: “Em janeiro de 1947 a nova Diretoria eleita pela Comunidade assumiu o compromisso de construir a capela, já que a Diretoria anterior já tinha conseguido empilhar o material para a construção... Em junho de 1950 conseguiu-se, com muita dificuldade, comprar o sino para a Capela. Custou a vultosa soma de Cr$ 14.000,00, sendo pago com arrecadação de dinheiro na Comunidade, em outras comunidades vizinhas como Sanga do Engenho e Forquilhinha, e uma ajuda substancial do prefeito de Criciúma na época...” (5)

A construção de um templo foi um desafio. A construção de uma Igreja de material, numa época na qual só existiam apenas duas casas de tijolo em Santa Terezinha representou, de alguma maneira, a importância dada à obra. Para a fabricação dos tijolos, foi contratado Antônio Loura, um posseiro da região, que realizaria no trabalho a câmbio da propriedade definitiva das terras que ocupava, pertencentes a Francisco Loch. A família do seu Antônio e outros vizinhos fabricaram na olaria todos os tijolos necessários para a construção da igreja.

A capela, inaugurada em 1950, marcou também a mudança definitiva do nome da comunidade, de Sanga do Coqueiro baixo para Santa Terezinha. A escolha da padroeira foi disputada. Algumas famílias queriam que o padroeiro fosse São Sebastião, o venerado mártir e santo cristão, enquanto outras pedia que a padroeira fosse Santa Terezinha.

Na porta central da capela, composta de duas folhas, podem ser vistas imagens esculpidas em relevo de Santa Terezinha, ao lado um destacado cálice com a hóstia, ricamente adornados por arabescos. Acima deles, a célebre frase “GLORIA IN EXCELSIS DEO” cuja tradução é: “Glória a Deus nas alturas”. O texto, em latim, é ladeado por dois anjos. Em cada lado é possível ver ainda as figuras estilizadas do trigo e da uva.

A representação artística do trigo e da uva, nas laterais das duas folhas da porta da capela, simbolizam o pão e o vinho da Sagrada Eucaristia. E uma temática amplamente abordada na arte sacra.

Aqui a arte tem também uma finalidade didática, representando de forma estilística o milagre da “Transubstanciação”, isto é, da Presença Real de Cristo na celebração da missa ao momento da consagração e comunhão, onde recebemos o verdadeiro e real Corpo de Cristo e o verdadeiro e real Sangue. É dogma da Igreja Católica Apostólica Romana.