Santa Ana - Sanga do Engenho

Santa Ana - Sanga do Engenho

A comunidade de Sanga do Engenho é uma das mais antigas de Forquilhinha. Diversos registros orais afirmam que na primeira década de 1900 já havia algumas famílias brasileiras de origem lusa estabelecidas na região, como os Borges, os Costa e os Rocha.  A partir de 1914, foram chegando várias famílias de colonos de origem italiana. Nessa leva encontravam-se as famílias de Ângelo Izé, José Vitali, Ângelo Longaretti, João Salvático, Pedro Zanette e Caetano Mezzari, dentre outras.

  A professora Fabiane Venson explica que, em Sanga de Engenho, as famílias de descendentes de italianos mantinham uma particular religiosidade de rituais herdados de seus ancestrais: “Aos domingos rezavam e cantavam em latim ou em italiano, sempre na casa de alguma família, pois não tinham um local adequado para se reunirem. Sendo assim, construíram uma capela de madeira, muito pequena, ocupada pelas famílias para orações e utilizada como escola.” (1) Em poucos anos, o aumento da população deu origem a uma pequena e próspera comunidade, e a construção de uma igreja na localidade não demorou a concretizar. Sanga de Engenho passou a ter: “... escola e igreja dedicada a Santa Ana, desde 1917, ano em que foi feito o cemitério da localidade, ambas construídas em terrenos doados por Ângelo Izé.” (2)

A primeira capela foi construída em madeira. Era pequena, de planta quadrada, com apenas uma porta de entrada, com assoalho de madeira de lei. Simples e de limitado tamanho, satisfazia a demanda da população da época. Missas e sacramentos eram ministrados esporadicamente, com a visita do pároco de Nova Veneza. A professora Venson resgata antigas lembranças familiares: “Quem realizou a missa da primeira comunhão de Jandira Carradore Venson foi o padre Miguel Giacca, pároco de Nova Veneza. A vinda dele até a comunidade durava, em média, três dias...Nesses três dias eram feitos a primeira comunhão, o batismo comunitário, confissões e visitas aos enfermos na comunidade”. (3)

Por volta da década de 1950, a capela já era pequena para albergar toda a comunidade. Foi então que se decidiu construir uma igreja muito mais ampla e de alvenaria. A nova igreja foi levantada em estilo sólido, com um amplo átrio com galeria coberta e com uma fachada onde predomina uma elevada torre com o sino.

Na década de 1960, a comunidade de Sanga de Engenho era composta por umas cem famílias. A comunidade, que manifestara sempre grande espírito religioso, desejava que as crianças tivessem uma sólida educação cristã. O pároco de Forquilhinha propôs convocar irmãs catequistas para se estabelecer lá. Elevou-se a devida solicitação ao Bispo Dom Anselmo Pietrulla, em Tubarão. O Bispo convocou à Madre Provincial Maria Hilda Skrzypczyk, que definiu o envio de um pequeno grupo de religiosas pertencentes às Irmãs Escolares de Nossa Senhora. A pedra fundamental para albergar a obra educativa das Irmãs se deu em 31 de outubro de 1967. Após dois anos de trabalho, a construção fiou pronta, e em fevereiro de 1970, chegaram as primeiras religiosas: Irmã Maria Salete (Gema) Gatelli, Irmã Helena Schwade e duas juvenistas.