Nossa Senhora de Lourdes - Pique do Rio Cedro

Nossa Senhora de Lourdes - Pique do Rio Cedro

A comunidade de Pique do Cedro, ou antes Pique de Cima, deve seu nome aos primeiros povoadores, algumas poucas famílias luso-brasileiras e outras de origem italiana, que chegaram abrindo picadas, seguindo o Rio Cedro que domina a região. Nos primeiros anos da década de 1920, considera-se como referência inicial da comunidade, a chegada da família Cavaler. Como relatara certa vez, em 1992, em entrevista, seu Marcolino Cavaler: “Cheguei no Pique do Cedro no dia sete de agosto de 1925” (1).

Ele chegara acompanhando seu pai, Giovanni de Cesaro Cavaller, vindos da colônia de Azambuja, onde provisoriamente ficara o resto da família, a mãe e os irmãos. Na época, havia na região alguns ranchos precários, a maioria abandonados, de antigos moradores “caboclos”, como eram chamadas as pessoas de origem luso-brasileira. Esses primeiros habitantes de Pique do Cedro, como Domingos Mateus e Fermínio Fernandes, venderam suas terras aos Cavaller, antes de irem embora. A partir de 1926 chegaram outras famílias colonas, de origem italiana, como os Guizzo, os Sachi, os Pasini, os Damiani, os Tramontin, os Colombo.

A pequena comunidade de Pique do Cedro, começou a se desenvolver e prosperar com base na agricultura, com a produção de milho, feijão e, mais tarde, arroz. Em 1929 chegou Cirilo Fragnani, que rapidamente se integrou à comunidade e converteu-se numa das lideranças do lugar. Foi ele quem teve a iniciativa de construir um pequeno oratório em madeira, de 3x3 metros, onde a comunidade se reunia para rezar o terço, e onde se realizaram os primeiros ofícios religiosos. Até então, as famílias trasladavam-se à igreja da vizinha Sanga do Engenho, quando havia celebração de missa. Segundo o testemunho dos moradores mais antigos, onde hoje se encontra o templo atual, a comunidade construiu, em 1935, uma capela de madeira, um pouco mais ampla, que foi reformada e ampliada em duas oportunidades. Somente na segunda metade dos anos da década de 1960, concluiu-se o templo atual, dedicado à devoção de Nossa Senhora de Lourdes.

A capela é suficientemente ampla, as cores claras que predominam em seu interior consolidam a luminosidade que ingressa à nave central através das oito janelas, quatro a cada lado, de suas paredes laterais. Recentemente, realizou-se uma modificação na sua planta, com a recolocação do Sacrário, que ganhou espaço próprio, ao lado do presbitério, seguindo as disposições das autoridades eclesiásticas. Esse novo local tem espaço para a adoração e contemplação do Santíssimo Sacramento. Nos dois lados do presbitério, no cruzeiro da planta, destacam-se as pinturas de Nossa Senhora de Lourdes e de Santo Antônio, co- padroeiro da capela, santo muito venerado tradicionalmente pelas famílias de origem italiana. Possui, também, várias imagens de santos, como a do próprio Santo Antônio, e as de São Roque, São José, e outras, que ocupam um espaço para sua veneração, à esquerda do presbitério.