O atual Bairro Cidade Alta, encontra-se localizado num dos extremos do território municipal, na divisa com o bairro Sangão e próximo ao bairro São Roque, ambos pertencentes ao município de Criciúma. No começo de sua história, a população era escassa. Por muito tempo não houve igreja na pequena comunidade e as poucas famílias que habitavam a região, participavam das missas e festas religiosas nas capelas existentes nos bairros Sangão e São Roque.
O loteamento principal que originou o bairro não é muito antigo. Foi realizado em terras do senhor Gabriel Aléssio. Com o progressivo aumento da população, especialmente a partir da exploração carbonífera na região, a comunidade foi consolidando-se.
Depoimento
O senhor João Leandro Teixeira, lembrava em suas memórias que: “...até o ano de 2002, quando foi iniciada a construção da Capela dedicada à Santa Bárbara, a comunidade costumava se reunir em uma sala de aula da escola, transformada em sala comunitária, onde realizavam reuniões da Associação de Moradores, do clube de Mães e também faziam algumas celebrações e cultos” (1)
Fotografia da imagem do Sagrado Coração de Maria. Acervo do autor.
A senhora Maristela Gonçalves relata: “Eu nasci em Cidade Alta, onde hoje se levanta a escolinha. Antes toda essa região era rural; havia nesse lugar uma estufa de fumo. Morei sessenta anos no bairro, até o ano passado, quando mudei. No início éramos poucas famílias. Eu sempre fui uma pessoa religiosa, ministra da Eucaristia e catequista. Antes de ter a capela, a comunidade utilizava uma sala da escola, cedida pela prefeitura, para realizar as missas. Mas essa mesma sala servia como sala de catequese, centro comunitário, clube de mães e às vezes celebrava-se alguma festa de aniversário. Eu pensava que o local não era apropriado para a celebração da missa. O culto devia ser feito em um espaço consagrado exclusivamente para Deus. Lembro muito bem que, em certa oportunidade, Frei Lino estava celebrando missa e falou o seguinte: ‘É uma pena que a comunidade de Cidade Alta, não tenha sua própria capela. Nossos irmãos de outras igrejas cristãs já têm seus templos no bairro, e nossa comunidade católica não’. Eu me senti tocada com suas palavras; essa noite não consegui dormir, pensando no que podíamos fazer para ter nossa capela. Lá, pelas duas ou três da madrugada tive uma inspiração. No outro dia, bem cedo, fui falar com frei Lino. Propus organizar uma rifa para começar a reunir fundos para levantar a capela. Eu pensava fazer a rifa de um aparelho de som, mas depois da conversa com o padre, ficou decidido fazer a rifa de uma moto. Voltei para casa, reuni algumas pessoas da comunidade e decidimos comprar uma moto nova e fazer uma grande rifa com ela como prêmio. Foi comprada a moto, meu marido colocou na camionete e saiu fazendo propaganda da rifa. Todo o mundo colaborou. O sorteio foi pela Loteria Federal, foi um sucesso. Na festa de Santa Bárbara fizemos um bingo e arrecadamos bastante dinheiro também. Com esse dinheiro compramos o lote onde hoje se levanta nossa capela. Depois foi a vez de juntar dinheiro para a construção. Muita gente participou, e graças a Deus conseguimos ter nossa capela.” (2)