Santa Rosa de Lima - Santa Rosa

A antiga comunidade de “Sanga do Coqueiro Alto”, uma das mais antigas do município, foi rebatizada com o nome de “Santa Rosa” a partir da construção da primeira capela, com a adoção da santa padroeira. O fato demonstra a importância da religião católica na formação das comunidades do município de Forquilhinha. As famílias, de diferentes origens: luso-brasileiras, italianas, polonesas e alemãs, que iniciaram o povoamento da localidade, viam na religião católica um dos elementos aglutinantes para a construção e desenvolvimento social da comunidade a qual se sentiam pertencentes.

O senhor Amado Minatto, que foi morar em Sanga de Coqueiro Alto, em 1938, aos sete anos, junto com seus pais, lembra, em reportagem, alguns dos vizinhos da localidade: “Nomes como Francisco Gava, Primo Zatta, Giácomo Scarpari, Júlia Izé e Alexandra Mafioletti, Jorge Nicoski, família Nascimento Ferreira, Crispim Fernandes, e Antonio Quirino...como moradores estabelecidos.” (1) O desenvolvimento da comunidade, dedicada à agricultura, fez com que uma capela de madeira fosse levantada em 1941, com a colaboração e trabalho dos próprios colonos. A pequena igreja “...recebia a visita do pároco de Nova Veneza, padre Miguel Giacca e dos padres Frei Felix Mrugalla, Frei Marciano e Frei Clemente, para a realização de celebrações e outros ritos comuns à Igreja Católica.” (2) Seu Amado Minatto recorda que um dos primeiros moradores, chamado Antônio Izé, era: “...catequista que ensinava a doutrina em italiano” (3) Duas décadas mais tarde, por volta de 1963, foi construída no mesmo local, a capela atual, muito mais ampla e em alvenaria, para comportar o aumento da comunidade.

As três grandes festas religiosas que passaram a ser celebradas sempre foram muito prestigiadas. A Festa de Nossa Senhora Auxiliadora, a Festa de Santo Antônio, um santo muito venerado e que possui uma pequena gruta com sua imagem ao lado da igeja, e a principal festa, a Festa da padroeira Santa Rosa de Lima.

Breve biografia de Santa Rosa de Lima

Nasceu em Lima, no Peru, em 1586, de pais espanhóis. Recebeu o nome de Isabel Flores y de Oliva. Rosa foi o apelido posto pela empregada da família, que lhe disse: “Você é bonita como uma rosa!”. Levada à miséria com a família, ganhou a vida com o duro trabalho da roça e da costura até alta noite. Aos 20 anos, ingressou na Ordem Terceira Dominicana com o nome de Rosa de Santa Maria, emitindo os votos religiosos em sua casa, onde construiu para si uma pequena cela, no fundo do quintal. Em certa oportunidade, acometida de uma enfermidade, disse: “Se os homens soubessem o que é viver em graça, não se assustariam com nenhum sofrimento”. Previu e anunciou a própria morte, ocorrida no dia de São Bartolomeu, em 24 de agosto de 1617. (4) Santa Rosa foi uma mulher muito bondosa, agraciada com experiências místicas. Exercia a caridade cristã com todos, mas especialmente com os relegados na sociedade da época, os índios e os escravos negros, os quais acompanhava em caso de doença. Recebeu diversas graças.

Afirma-se que era visitada por Nossa Senhora e pelo Menino Jesus, quem em seus braços a coroou com uma grinalda de rosas.  Foram atribuídos, pela sua intercessão, diversos milagres de cura, conversões e pedidos de chuva.  Foi a primeira mulher a ser canonizada no Novo Mundo, sendo considerada a Padroeira da América Latina. Sobre Santa Rosa disse, o então, Cardeal Joseph Ratzinger, logo Papa Bento XVI: “De certa forma, essa mulher é uma personificação da Igreja da América Latina: imersa em sofrimentos, desprovida de meios materiais e de um poder significativos, mas tomada pelo íntimo ardor causado pela proximidade de Jesus Cristo.” (5)

A capela de Santa Rosa possui elementos artísticos diferenciados, começando pela sua coloração azul que representa a cor do amor das obras divinas. Sua torre fica na lateral e as janelas têm o chamativo formato diferenciado de um triângulo que aponta para o céu. Apesar de não ser um triângulo equilátero, mais comum na representação artística da Santíssima Trindade, essas janelas também podem remeter a esses significados.