Algo distante do núcleo central de Forquilhinha, nos limites com a antiga Morretes, hoje Município de Maracajá, se encontra a comunidade de São Pedro. Os primeiros habitantes do local eram famílias luso-brasileiras, como as de Manoel Serafim, Pedro Costa e Francisco Custódio Machado, dentre outras. A elas se somaram outras de origem italiana, que chegaram na década de 1920, já que, por aqueles anos, se estabeleceram os Peruchi, Savi, Martinello, Casagrande e outras famílias.
Olavo Machado, nascido na localidade e neto de um dos pioneiros, relatava em reportagem ao Jornal Forquilhinha Hoje: “Naquele tempo existia só meu avô, os Maria Rita e os Patrícios...Antes aqui era chamado assim: ‘lá nos Maria Rita, lá nos França” (1)
La comunidade de São Pedro, originariamente era chamada popularmente de Sanga de Maria Rita, seguramente em relação a uma de suas primeiras moradoras. Não se encontram registros da troca de nome, mas a versão mais difundida é que com motivo da construção da escola os vizinhos se reuniram para escolher um nome oficial para a comunidade. Então, o senhor Vitório Savi, que tinha chegado da localidade de São Pedro, em Urussanga, propôs o nome atual, que foi rapidamente aceito por todos.
Por muitos anos, a comunidade mantinha-se relacionada, por sua proximidade, à atual cidade de Maracajá. De fato, as famílias frequentavam a igreja de Nossa Senhora da Conceição, na qual participavam dos cultos dominicais e eram realizados os batizados e casamentos.
Até que a comunidade decidiu construir sua própria capela. O terreno foi doado pelo senhor Antônio Martinello, quem cedeu um hectare de suas terras, onde foram construídos o templo, a escola e o centro comunitário.
A primitiva igreja foi levantada, segundo versão popular, aproximadamente em 1939 ou 1940. Olavo Machado contava que: “... quando tinha 15 anos, é que foi construída a primeira Igreja. Era uma bem menor que essa atual, mas uma tormenta muito grande demoliu o corpo da igreja e o altar ficou inteirinho.” Para essa primitiva capela foi levada, pelo senhor Scarduelli, a imagem da igreja de Santa Bárbara, da primitiva “capela dos italianos”, na antiga Forquilhinha Baixa, junto com o sino.
Fotografia da capela Santa Bárbara da comunidade de São Pedro. Acervo do autor.
Simbologia religiosa na representação artística da imagem de São Pedro
1. A postura de São Pedro: A postura física de São Pedro na maioria das imagens representa-o olhando para o céu. Este é o primeiro símbolo claro de que sua missão na terra: a de conduzir a Igreja para o céu. Esta missão continua através de todos os Papas, seus sucessores legítimos.
2.O manto azul de São Pedro: Representa a glória de Deus, o céu onde ele está, depois de ter cumprido sua missão de pai e pastor da Igreja neste mundo.
3.A túnica vermelha de São Pedro: Representa o seu martírio e sofrimento por causa da fé em Jesus Cristo. Por causa desta fé, ele foi preso e torturado várias vezes. Numa delas, foi libertado das correntes por um anjo do Senhor. Em Roma, exercendo a liderança da Igreja, foi preso e condenado à morte de cruz como Jesus Cristo. Ele, porém, pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, dizendo que não merecia a glória de morrer como seu Mestre.
Na tradicional iconografia de São Pedro observam-se representados elementos relacionados a passagens de sua história, tais como: o galo e as chaves. O primeiro, faz referência à negação de Pedro (três vezes antes do cantar do galo) como lhe advertira Jesus; o segundo, concernente à potestade do apóstolo de ter “as chaves do Reino dos Céus”. (8)
Fotografia da imagem de São Pedro da capela de Santa Bárbara. Acervo do autor
Doação da imagem
Segundo Aristeu Machado, a imagem de São Pedro foi uma doação de Arduíno Scarpelli, filho de Valentim Scarpelli. Por volta do ano de 1982, sua filha estava preste a casar ela e o noivo sofreram um grave acidente de carro, seu Arduíno então fez a promessa que doaria a imagem de São Pedro se o casal se recuperasse do acidente. Obtida a graça, concretizou a doação da pequena estatua policromada em gesso. Porém, a mesma, não preserva as cores simbólicas com as que normalmente são pintadas as imagens sacras de Pedro.