Santa Isabel de Hungria - Santa Isabel

Santa Isabel de Hungria - Santa Isabel

O nome do bairro, tomado da santa padroeira Isabel de Hungria, é também uma homenagem à primeira moradora desta parte do município. A senhora Isabel Westrup e seu marido João José Back formavam parte do grupo de famílias pioneiras que deram origem, a partir de 1912, ao núcleo central da primitiva colônia de Forquilhinha.

Por muito tempo, as famílias que moravam à margem direita do rio Mãe Luzia, faziam parte do núcleo central da primitiva colônia de Forquilhinha e frequentavam a igreja do Sagrado Coração de Jesus. Nas últimas duas décadas do século XX, especialmente a partir do processo de emancipação, o desenvolvimento sócio econômico e o aumento populacional se potencializaram. Na década dos anos de 1990, vizinhos do bairro Santa Isabel, e também do lindeiro Santa Ana, propiciaram a construção de uma igreja para atender às demandas de uma população sempre em aumento. A senhora Olinda Trombin Savi e seu esposo Neri Savi relatam: “Nós, assim como muitos casais do bairro, participávamos da comissão para levantar a igreja no bairro Santa Isabel. Em um primeiro momento construiu-se o primeiro dos dois pavimentos do projeto inicial. Em 1997, mais precisamente em 27 de agosto desse ano, eu assumi a direção da CAEP, por voto da comunidade, e foi decidido dar continuidade às obras, ainda que por então não contávamos com muitos recursos em caixa.” 

As famílias do bairro viram na construção da igreja um empreendimento comunitário de grande valia. Sobre esse ponto explica Neri Savi: “Começamos a reunir fundos para concluir o segundo pavimento, o destinado ao templo. Tudo foi com o esforço e a doação da comunidade. Em três anos pensava deixar pronta toda armação, mas as coisas deram certas e já no primeiro ano a armação ficou pronta e o segundo pavimento, isto é, a igreja estava coberta. O terreno tinha sido doado pelo senhor Aloísio Hoepers, filho de Francisco Hoepers. Muitos colaboraram e seria extenso nomear a todos. Seu Irmund Back foi outro dos parceiros, que sempre esteve atento a ajudar. A primeira reunião para arrecadar fundos foi um jantar no mês de setembro de 1997. Vieram pessoas de toda Forquilhinha. Lembro que nessa oportunidade reunimos uns 10.000 R$, ou algo assim. Cada festa que fazíamos dava bons resultados. Muitas pessoas se ofereciam para servir as mesas, o cardápio era churrasco, purê de aipim, saladas...as comidas típicas, servidas na mesa. Também fazíamos rifas. Em novembro era a Festa de nossa padroeira. Havia pessoas que colaboravam espontaneamente. Por exemplo, para os bancos, as pessoas doavam em dinheiro o valor do banco e depois era colocada uma plaquinha com o nome da família ou da pessoa. Eu promovi um jantar, antes da inauguração para completar o dinheiro para adquirir os bancos que faltavam. A imagem de Santa Isabel foi comprada com a doação de duas pessoas, dona Ema Cavaler Minatto e dona Ângela Donida. Houve quem doou tijolos, lembro agora do Dinho Back, e do Vânio. A imagem e o Crucifixo, foram comprados através dos padres da Matriz, em uma casa de artigos religiosos. As portas também foram adquiridas por doações, eu doei a porta central e Everaldo Minatto a outra. Para o altar recebemos a doação de Gilmar Fritzen, e o sacrário foi doação do senhor Irmund Back e sua esposa. O sino foi uma doação de Cleumir Steiner, e foi colocado com ajuda de Benvenuto Heerdt.”  

   O trabalho do forro da igreja, em madeira, apresenta sutis detalhes de acabamento e encaixes, e, em si mesmo, pode ser considerado uma obra de arte. Seu Neri Savi explica: “Certa vez estivemos com minha esposa na igreja de Santa Luzia, em Siderópolis. O forro é muito bonito e de um modelo diferenciado. Pensei em optar por algo parecido para cobrir a nossa. Encarregamos os trabalhos a Junior Fritzen, que realizou um requintado trabalho.” (3) Sobre a colocação do forro, Junior Fritzen, seu realizador, conta: “Quando fui chamado para colocar o forro da igreja de Santa Isabel, lembro que fomos com seu Neri observar uma igreja em Siderópolis para ter uma referência. Foi no ano 2000. A madeira de cedrinho foi toda escolhida.” (4)

Finalmente, a Igreja foi inaugurada no ano de 2000, depois de três anos de muita labuta e dedicação. Atualmente, o templo possui espaço para albergar 600 pessoas. Além dos cultos e celebrações, nas amplas instalações do pavimento inferior se realizam diferentes atividades: a catequese para as crianças, o Clube de Mães, reuniões de casais, etc. Há, também, uma sala habilitada para realizar os velórios dos fieis falecidos da comunidade.   A igreja tem uma arquitetura diferenciada com aplicação de pedras e com a torre na lateral com o nome da Santa. Para a porta principal ela possui dois acessos, um por meio de rampa e outro pela escada. No interior, a igreja possui um detalhamento geométrico no forro.

A via sacra é formada por peças de arte feitas por um artesão de Araranguá. Todas as peças foram realizadas em madeira policromada. Junto à cor marrom de base, há um detalhamento com a cor dourada; a imagem principal é ladeada pela escultura em relevo de dois anjos. Apesar dessa escultura estar em primeiro plano, a figura da via sacra sobrepõe a sigla JHS que significa: “IESUS HOMINUN SALVATOR” tradução: “Jesus Salvador dos Homens”. Cada uma das imagens, com sua indicação, corresponde a uma estação da VIA CRUCIS.   As delicadas imagens da padroeira Santa Isabel da Hungria e de Santa Ana confirmam a devoção de ambas as santas por parte das famílias católicas dos dois bairros, que participam dessa parte geográfica do município.A igreja permanece desde sua inauguração como centro de aglutinação das comunidades dos bairros de Santa Isabel e de Santa Ana, já que esta última não possui capela própria, podendo-se afirmar que ambos os bairros se percebem como comunidades integradas.