Santa Luzia - Barra da Sanga

Santa Luzia - Barra da Sanga

O primitivo nome de “Sapé” que recebia a localidade, provinha da popular denominação botânica que se outorga a diferentes plantas da família das gramíneas, cujos caules secos se utilizavam para cobrir casas. Tais gramíneas abundavam na região. Posteriormente a comunidade foi convocada a, democraticamente, escolher o nome definitivo: Barra da Sanga, em referência à sanga que passa pela localidade. Entre os moradores que foram conformando a comunidade, encontram-se as famílias Silva, Gonçalves, Gava, Marcelino, Zanone e outras. Nos primeiros anos da década de 1960, as principais lideranças locais começaram a discutir a proposta de construir uma escola e uma capela, para satisfazer a demanda educativa e espiritual das famílias. É uma constante nas comunidades agrícolas que deram origem a conformação ao atual município, dar prioridade a iniciativas comunitárias, como a construção de pelo menos três entidades primordiais para o desenvolvimento da comunidade: a escola, a igreja e o centro comunitário. A primeira, para promover a educação dos filhos; a segunda, para desenvolver a vida espiritual; e, a terceira, para ter um espaço apropriado para a confraternização das famílias.

Por volta de 1966, com o aporte de trabalho comunitário e doações particulares, a Escola Isolada “Barra da Sanga” e a capela dedicada a padroeira Santa Luzia, foram inauguradas.  Segundo a tradição, a escolha da padroeira da capela local recaiu em Santa Luzia, proposta do senhor Silvio Bento Gonçalves, um dos moradores mais antigos da região, que tinha feito uma promessa à santa por causa do problema de visão que ele sofria. Alguns moradores lembram: “...o padre que rezou a primeira missa – Theodoro – os primeiros catequistas – Nilton Gava e Octavina Zanette Gava”. (1)

As imagens que representam a Santa Luzia possuem artisticamente importantes símbolos religiosos. Nas diversas representações da santa podemos observar diversos elementos e seus respetivos significados: 1. A bandeja dourada: a bandeja que porta seus olhos, representa seu martírio pois uma antiga tradição relata que seus olhos foram arrancados; 2. A palma: que os artistas incluem para representar os santos que morreram martirizados, e a vitória de Cristo e dos santos sobre a morte e o pecado; 3. Manto verde: em algumas imagens a santa é representada com um manto dessa cor, que representa a esperança e a vida eterna; 4. Véu branco: cor da pureza e da inocência, representando que a santa morreu casta; 5. Fita amarela sob a túnica: representa seus votos de castidade.