São João Batista - Faxinal

São João Batista - Faxinal

A localidade de Faxinal é uma das menores em densidade de população do município. As famílias residentes dedicam-se às atividades agropecuárias. Já teve uma pequena escola, onde lecionaram professoras como Maria de Freitas Vieira, e um centro comunitário bastante ativo. Ganhou esse nome, segundo a tradição oral, porque o local formava uma “Faixa” de terra cumprida por onde transitavam os carros de boi, desde a região de Sanga de Engenho para chegar à primitiva colônia de Forquilhinha. A primeira capela levantada na comunidade era de madeira e tinha forma arredondada, segundo os moradores mais antigos, onde se venerava muito uma pequena imagem do padroeiro São João Batista. A senhora Anita Borges, nascida na comunidade vizinha, Santa Teresinha, lembra: “A primitiva capela era de madeira, pequena, mas albergava à totalidade da comunidade. Lembro de ter ido à missa ou à festa do padroeiro, várias vezes.”(1)

Nos dias atuais, resta apenas uma dúzia das famílias pioneiras da localidade. A senhora Zenóbia Savi, uma das moradoras mais antigas, relata: “A família Savi foi uma das primeiras a chegar a Faxinal. Meu pai, Mário Savi e minha mãe Irma Minatto Savi, estabeleceram-se mais ou menos na mesma época que outros irmãos, como Horácio e Elviro Savi. Lembro que depois chegaram João Marcelino e Pedro Milanez, que compraram terras, mas que tinham agregados que trabalhavam. Havia uma escola, onde estudaram meus irmãos. Era pequena e, no começo, era o local onde se faziam as missas, até que as famílias decidiram construir uma capela. O terreno onde foi levantada a capela era de Pedro Milanez. A primeira capela era de madeira, algo redondinha. Todos fizeram doações. Meu pai deu uma quantidade importante de madeira. Fizeram algumas festas para arrecadar dinheiro. As pessoas doavam prendas para as rifas. Uma vez por mês vinha o padre para rezar missa. Lembro de Frei Rodrigo e de Frei Adalberto. No princípio tínhamos uma pequena imagem de São João Batista, de uns 60 centímetros, e também a imagem de São Pedro, que é o padroeiro secundário, que é muito venerado.” (2)

Com o decorrer do tempo, a capela de madeira foi substituída por uma nova, construída em alvenaria. No ano 2001 a nova capela estava pronta para ser inaugurada, faltando apenas alguns detalhes, como a pintura, concluída em 2002. A CAEP adquiriu uma nova imagem de São João Batista, de tamanho maior, correspondendo à planta mais ampla do atual templo.  A paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens, de Araranguá enviou uma imagem de Nossa Senhora do perpétuo Socorro, que acompanha às imagens de Nossa Senhora Aparecida e de Nossa Senhora Mãe dos Homens, esta última, de tamanho menor.  A festa do Santo Padroeiro, em 24 de junho, forma parte das grandes festividades religiosas do município. São João é um dos santos mais venerados na igreja católica. Tradicionalmente, no dia 24 de junho, estabelecia-se o solstício de verão no hemisfério norte, que abria um período do ano destacado pela prosperidade. Essa data, então, foi assimilada pelos primeiros cristãos, que a dedicaram para celebrar como o “Dia de São João Batista”.

A atual capela está localizada em um amplo espaço natural, rodeada por terras de plantação, que lhe outorgam uma imagem bucólica de paz. Suas cores claras e suas líneas sóbrias harmonizam com a predominância verde da natureza em volta.

Na planta, foi dado destaque ao átrio, guardado por uma sequência de três arcos, que se sentam em estilizadas colunas, e à torre do sino, coroada por uma cruz, o ponto mais alto do local e suas adjacências.

Em seu interior, a ampla nave é flanqueada por magníficas janelas, cinco a cada lado, com vidros coloridos, que lhe outorgam uma luminosidade especial. As imagens do templo descansam nas paredes que precedem o espaço do Altar. Destacam-se as imagens de São João Batista e de São Pedro. A imagem do padroeiro, de excelente qualidade, apresenta uma riqueza de detalhes que a converte em uma das peças mais destacadas da arte da imaginária sacra local.